quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Deleita me



Olhas me nos olhos, profundamente,

Perscrutas a minha alma à procura das minhas fraquezas,

Quando a minha fraqueza está diante de mim.

Sinto esses mesmos olhos percorrerem me o corpo,

Despindo me lentamente, muito lentamente.

Quero que esses segundos durem para sempre,

Que a magia não seja quebrada,

Que as nossas vozes não dispersem o denso silêncio que se abateu entre nós.

Fecho os olhos e gravo todos os pormenores em mim,

Sinto te aproximar, sinto te respirar, sinto te os pensamentos.

Quero te sentir em mim…

Percorres me com a ponta dos dedos,

Reconhecendo me, como se tivesses perdido a visão…

Cheiras me para conservares contigo o meu odor,

Saboreias me a pele, os lábios a língua,

Como a uma refinada iguaria.

Continuo de olhos cerrados …

Não quero saber se é realidade…

Sussurras me ao ouvido...

Um arrepio… esboço um sorriso…

Sei que estás comigo,

Sei que me dás prazer,

Desejo te como mulher que sou…

Então deleita me como homem que és…

Quero gritar, Quero gemer o teu nome…

Quero cansar me e suar contigo,

Adormecer nos teus braços,

E saber que há coisas que nunca mudam…

Que nunca hão de mudar…

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