terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Ressaca de Amor...




Amor??

Nunca quatro letras juntas designaram tão bem sofrimento…

Amor??

Que se lixem aqueles que abençoam o amor,

E lhe dedicam cânticos de louvor,

O amor a mim dá me vontade de rir,

De chorar, enraiveço me com ele!

Sentimento ridículo, Torturante, intolerante…

O amor ludibria o pensamento, vicia o corpo, e endoidece o ser…

Maldita droga, que nele vicia os que nele ousam confiar…

Enfraquece o espírito, devora a auto estima,

Destrói qualquer vestígio de auto apreço…

Amor??

Querem que eu sinta amor??

Quando a ressaca da falta de amor só me deixou ódio…

Só me deixou a mim mesma, nada para me amar, nada para amar…

Eu mesma!

O meu vazio, e as memórias que me apunhalam,

Que me matam a cada suspiro de dor…

Amor é a solução!

Dizem vocês…

Eruditos dos sentimentos….

Amor é a vida!

Dizem vocês…

Optimistas que nunca sofreram,

Nas cruéis e impiedosas mãos do amor…

Como querem que volte a acreditar no amor??

Pois para todos aqueles que como eu sofrem,

O amor mata, o amor fere, o amor consome-nos…

Até á última réstia de esperança, até ao último grito de dor…

Tal como a droga, Odeio-o!

Quero-o longe de mim!

Não quero voltar a cair na desgraça…

Mas tal como a droga,

Agarra todos os ingénuos que a ousam experimentar…

E assim, para meu infortúnio,

Toda eu anseio!

Pela próxima palpitação do meu frágil coração…

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Até um dia... meu amor...





Quis que a dor partisse,
Desejei que o amor fizesse as malas
E nunca mais voltasse a habitar em mim...
Gritei de raiva todas as dores do meu pequeno mundo,
Rasguei todas as lembranças,
Varri da minha vida o passado,
Abalroei todos os sonhos que alguma vez tive,
Sequei o meu coração,
espremendo todo o amor que restava...
Chorei as últimas lágrimas que guardara.
Destrui as memórias,
Limpei do meu corpo o teu perfume,
Mudei a fechadura dos meus sentimentos,
Apaguei o teu reflexo do fundo dos meus olhos.
Esqueci o teu nome, e tudo mais que em ti havia...
Não quero mais...
Desapareceste por completo....
Pq hoje decidi banir te,
não da minha vida, não da minha existência...
Mas dos meus sentimentos, do meu coração,
Da minha felicidade...
Do rumo que tracei pra mim, sem ti...
Porque finalmente estou preparada pra te dizer...
Adeus! Até um dia...
Porque hoje foi o dia que te deixei de amar, meu amor...

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Deleita me



Olhas me nos olhos, profundamente,

Perscrutas a minha alma à procura das minhas fraquezas,

Quando a minha fraqueza está diante de mim.

Sinto esses mesmos olhos percorrerem me o corpo,

Despindo me lentamente, muito lentamente.

Quero que esses segundos durem para sempre,

Que a magia não seja quebrada,

Que as nossas vozes não dispersem o denso silêncio que se abateu entre nós.

Fecho os olhos e gravo todos os pormenores em mim,

Sinto te aproximar, sinto te respirar, sinto te os pensamentos.

Quero te sentir em mim…

Percorres me com a ponta dos dedos,

Reconhecendo me, como se tivesses perdido a visão…

Cheiras me para conservares contigo o meu odor,

Saboreias me a pele, os lábios a língua,

Como a uma refinada iguaria.

Continuo de olhos cerrados …

Não quero saber se é realidade…

Sussurras me ao ouvido...

Um arrepio… esboço um sorriso…

Sei que estás comigo,

Sei que me dás prazer,

Desejo te como mulher que sou…

Então deleita me como homem que és…

Quero gritar, Quero gemer o teu nome…

Quero cansar me e suar contigo,

Adormecer nos teus braços,

E saber que há coisas que nunca mudam…

Que nunca hão de mudar…

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Mendigo és tu...


Mendigo és tu;
Que diariamente és assolado pela necessidade de mendigar, por um pouco de pão, por um pouco de dignidade para a tua estéril vida.
Mendigo és tu;
Que prescindiste da respeitabilidade, que prescindiste do orgulho, e nenhum desses sentimentos te resta.
Mendigo és tu;
Que enterraste o amor ás pessoas e ás coisas, por debaixo de uma camada de sujidade e de alguns trapos esfarrapados que mal te cobrem esse corpo acabado.
Mendigo és tu;
Que vives com um espeto de pesar cravado no coração.
Mendigo és tu;
Que esqueceste os sonhos pra te dedicar a uma vida bem real de mágoa.
Mendigo és tu;
Que foste esquecido e pisado pela sociedade que te alimenta.
Mendigo és tu;
Que enfrentas o frio da solidão da noite, coberto por uma simples folha de jornal.
Mendigo és tu;
Que suportas o olhar de desdenha e troça dos demais.
Mendigo és tu;
Que te limitas a sobreviver a uma vida que te abandonou.
Mendigo é tu;
Que nos teus olhos há muito não brilha a esperança.
Mendigo és tu;
E para sempre um mendigo, porque morrerás esquecido sem nunca ninguém te ter estendido a mão, porque afinal nunca pediste ajuda.
Nunca pediste muito,
Pediste pão em vez de amor,
Pediste água em vez de amizade,
E o pouco que pediste, negaram te.
Foste um joguete do destino.
Um simples joguete...

domingo, 7 de outubro de 2007

Tudo ou nada...




Cheguei silenciosamente,
Como chega a morte...
Deitei me a teu lado,
Pedi te que não me fizesses perguntas,
Pois não tinha respostas para te dar.
Quis me deixar ficar ali,
Intemporalmente,
De olhos abertos,
Fixos no abismo que nos separava.
Não havia raiva,
Não havia ódio,
Não havia amor...
Não havia nada!
Todo o meu ser era um imenso vazio...
Um poço sem fundo,
Onde o eco predominava.
E em mim era apenas isso que eu ouvia.
Um intenso eco de dois corações a fecharem se num ruído ensurdecedor.
É estranho estar aqui deitada a teu lado,
E não sentir nada,
Absolutamente nada,
Porquê?
Se o sexo era bom...
É que nem o desejo ficou...
Éramos amigos,
Agora somos simples desconhecidos,
Deitados lado a lado,
Sem intenções de nos apresentar mos mutuamente.
Ai... Triste condição humana...
Sujeita ás vontades alheias...
Sujeita ao nada que somos,
E ás ilusões do tudo que queremos ser...

Adeus


Se eu partir amanhã?
Vais sentir a minha falta?
Será que vais buscar a minha presença nas pequenas coisas?
Será que vais chorar na hora da despedida?
Se eu partir amanhã,
Vais-me esquecer?
Vais continuar a tua vida,
Como se eu nunca tivesse existido?
Será?
Vou partir,
Para longe,
Onde nunca me encontrarão!
Não sei quando!
Mas sei que tenho de partir.
Por isso guarda as lágrimas que nunca choraste,
Guarda os sorrisos que nunca me deste,
Guarda os segredos que nunca partilhámos,
Guarda tudo!
Porque para onde eu vou, não preciso de nada daquilo que nunca tive.
Porque vou partir,
Amanhã,
Depois de amanhã,
Um dia destes...
Quando chegar a hora.

E tu não sentirás falta,
Não chorarás!
Porque não podes lamentar a partida de quem nunca tiveste!

Vamos fugir!


Vamos fugir!
Sim!
Vamos fugir!!
Vamos sair daqui, para longe...

Fingir que nada nos importa, que somos livres!

Não importa para onde...

Quero ir contigo, de mão dada, sem olhar para trás,
Sem me preocupar...

Quero ser imatura, e fugir aos meus deveres,

Às minhas preocupações...

Quero ir, sem saber se vamos voltar...

Tenho te a ti!

Isso basta-me,

Pois é contigo que quero fugir,

Para lá do horizonte,

Para junto das estrelas,

Para onde não nos encontrem,

Onde eu e tu somos reis,
vamos...

Por favor, vamos agora!

Fecha a porta do quarto,

Dá me a mão,

Porque vamos fugir.

Fugir para os nossos sonhos!

sábado, 6 de outubro de 2007

Estrada da vida


Caminho sozinha por uma larga estrada de pó,
Emoldurada por altos cipestres que quase tocam o céu,

Não me sinto!
Nem sequer te sinto a ti!

Caminho apenas, no vazio,

Em direcção ao meu destino desconhecido,

Sinto que a cada passo me aproximo um pouco mais,

De onde?

Não sei!
Mas continuo a caminhada,

Na esperança de encontrar tudo aquilo que nunca procurei.
Choro o meu fado,

De percorrer o caminho da vida descalça,
Sem lembranças,
Sem saudades de voltar onde nunca estive.

Lá vou eu em direcção ao infinito,
Presa ás memórias do que fui, do que sonho vir a ser,

E na ignorância do que me aguarda.

Ai destino cruel,

Que me mantens no desespero de aguardar a tu chegada,

De aguardar que caias sobre mim como uma pesada pedra,
Que me arrastará para as águas profundas de uma vida que não escolhi!

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Doce boneca partida...


Doce boneca de porcelana,
De finos traços,
De bochechas ruborizadas,
Que por ti tudo fez,
Que por ti deu a vida,
Que por ti perdeu o coração.
Boneca de porcelana,
Com que brincavas,
Que os suaves e lisos cabelos acariciavas.
Boneca que despias e vestias,
Que manipulavas em teu belo prazer.
Que apenas esperava
Pelo teu olhar carinhoso pousado em si...
Boneca dos olhos verdes
Que teus passos seguia,
Que ansiava a tua chegada,
E que com ela voltasses a brincar.
Mas a doce boneca,
Tornou se amarga de tanta espera.
Deixou de acreditar no teu carinho e palavras...
Levantou se da prateleira a que a tinhas confinado...
E partiu se,
Em mil e um pedaços.
Mas os cacos...?
Esses?...
Ela juntou os e colou os
Um por um,
Com a raiva que lhe deixaste.
Mas de todas estas finas peças
Deste delicado puzzle de porcelana,
Houve uma que ficou despedaçada
E não houve cola que juntasse...
O seu delicado coração,
Partiu-se...!
Sem hipótese de o colar...

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Salvar a Pátria...


Por entre os escombros do meu país
E por entre as memórias de um passado recente,
Nada me parece real.
Encontro-me sentada,
Calmamente,
Num navio à beira do naufrágio.
A minha juventude vai passando,
Calmamente,
À mesma velocidade que tudo à minha volta se afunda.
Sou jovem, sou livre, pelo menos assim dizem!
Pois não é assim que me sinto.
Vejo-me encostada entre a espada e a parede,
Presa!...
Entre o passado que tenho de honrar,
E o futuro, em que não posso deixar de triunfar...
Um dia de cada vez...
Tudo vai passando,
E a minha juventude também...
E tudo afunda,
Em conformidade com esta nação,
Em que cresci, me formo e vivo...
E nem vislumbro tentativas de um salvamento,
Onde andam os tão falados salvadores da pátria?
Serei eu?
Toda a minha geração?
E ninguém tem a decência de nos avisar?
Então?...
Deixem me ser jovem,
Deixem me salvar aquilo que foi destruído pelos velhos do Restelo!

sábado, 12 de maio de 2007

Perdida...


Sinto me só...
Perdida no mundo,
Perdida no espaço e no tempo...
Tão perto de todos, tão longe de mim.
À volta uma multidão,
Dentro de mim um vazio.
Tento encontrar me ,
Mas acabo por me perder...
Ainda mais...
Sempre mais...
Sinto o tempo a passar por mim...
Mas ele não me sente...
Eu vejo o mas ele não me vê,
Não me sente,
Não sabe da minha existência...
Será que existo?
Será que isto é existir?
Sim! É existir...
Mas não é viver,
É isso, eu existo, mas não vivo, tampouco sobrevivo...
O tempo não me sente, as pessoas não me vêem,
Eu não vivo...
Tudo o que vejo é escuridão.
Tudo não!
Apenas o meu mundo é obscuro,
Eu vejo os outros, eles não me vêem !
O mundo deles não é igual ao meu.
Não! O meu mundo é que se diferencia do deles...
Eles são felizes...
E eu?? Serei feliz? Não...
Mas também não sou infeliz...
Simplesmente não sei o que é a felicidade... Nem a infelicidade...
Não sei nada...
Eu não sinto, eu não vivo.
O tempo continua a passar,
Eu paro, mas ele não.
Eu não vivo,
Mas ele tem de fazer com que todos os outros vivam.
Mas porquê todos os outros e eu não?
Porque será que o tempo não me dá a mim
A vida que dá aos outros?
Ou será que ele me a dá, e eu não vejo?
Não a vejo ou não a quero ver?
É isso...
O tempo passa...
A vida corre...
Tudo passa. Nada fica!
A vida não pára, tal como o tempo.
Fui eu que me deixei ficar para trás.
Perdi me do tempo,
Distanciei.me da vida...
Não sei se me apetece correr, lutar, para apanhá los.
Ao tempo e à vida...
Não sei se vale a pena, não sei se tenho tempo,
Ele fugiu...
A vida fugiu com ele... Eu fiquei...
Sozinha!...
Perdida do mundo,
perdida no espaço e no tempo...

Não desistas....


Foste, és e serás sempre!
Das coisas mais importantes da minha vida,

Preciso de ti,

Como do ar pra respirar.
No dia em que te perder,
Perco me a mim também...

Sinto te em mim a toda a hora,
Fazes parte de mim deste sempre,
O teu sangue corre nas minhas veias,

E é com os teus olhos que tento ver o mundo!

Mas os meus olhos não são os teus,

E eu, por mais que me esforce,
Nunca serei a tua pessoa,

Nunca conseguirei sequer assemelhar-me a ti,

Pois o teu carácter é incorruptível, e eu?

Pois bem...

Tu sabes aquilo que sou...

Foste tu que me educaste e encaminhaste,
Mas não!

Tu não falhaste!
Em mim, tu nunca falhaste!
Fui eu!

Fui eu que me revoltei,
Por ser tão parecida a ti,

Quis me diferenciar,

E hoje arrependo me de certos caminhos
Que percorri sem a tua mão no meu ombro,

Sem o teu olhar no meu percurso.

Mas nunca é tarde.
E enquanto há vida, há esperança...
E eu tenho esperança,
Que te voltes a orgulhar de mim,
Que me voltes a olhar com carinho,

Sem mágoa pelo passado...
Por isso peço te com todo o meu coração,

Que tanto te ama...

Não desistas de mim!...

Leva-me!!



Leva-me!
Por favor, leva-me para longe,
Bem longe deste quotidiano tributável e repetitivo,
Leva-me para onde possa viver ao meu jeito,
Sem taxas, sem prestar satisfações,
A quem quer que seja.
Leva-me para onde eu seja quem eu quiser,
Onde seja livre de sonhar,
E transpor o sonho para a realidade,
Onde eu viva sem medo de que cada batimento do meu coração,
Cada inspiração de ar possa ser a última...
Leva-me!
Para onde as árvores se pintam de dourado,
E o céu de laranja quando sol se esconde por detrás do horizonte!
Transporta-me para onde a beleza seja indiferente,
E todos os rostos sorriem quando um dia novo nasce!
Leva-me contigo,
Para onde os corpos unidos comungam de prazer mútuo,
Onde o pecado não existe,
E o sexo é a comunhão de dois corpos insatisfeitos
Em busca de prazer e satisfação total...
Leva-me, por favor!
Pega em mim, rouba-me deste marasmo diário,
E leva-me pra esse mundo,
Onde tudo deixa de existir,
Até as verdades mais irrefutavéis.
Onde sou feliz, por momentos...
Leva-me, como já me levaste!
Leva-me novamente,
Para os teus braços, para a tua cama,
Para debaixo dos teus lençóis.
Porque lá,
Há um mundo bem diferente daquele que eu conheço.
Onde tudo passa a fazer sentido,
E nada... mas mesmo nada...
Me perturba!
Leva-me!
Por favor, leva-me para longe...

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Eu... Simplesmente eu...



Rio-me,
Choro,
Fico um pouco histérica,
Acalmo-me,
Esqueço tudo o que alguma vez aconteceu,
Penso em tudo aquilo que já aconteceu vezes sem conta.
Observo-me ao espelho,
Aprecio-me ao espelho...
Apetece-me partir o espelho!
Dispo a roupa e começo a dançar,
Dispo a minha roupa e atiro-a para o chão.
Ponho tudo de pernas para o ar.
Deixo tudo onde está para que outra pessoa arrume,
Apercebo-me que afinal de contas sou sempre eu que arrumo tudo.
Canto muito bem,
Canto muito mal.
Como coisas que não devia comer.
Dobro-me e observo os meus músculos,
Deixo de me dobrar e reparo nas minha cicatrizes.
Gostaria de saber como ficaria se fosse morena,
Se fosse ruiva,
Gostaria de saber como ficaria se fosse velha!
Pinto me como nunca faria se fosse para a rua,
Experimento roupas que nunca vestiria em público!
Olho para os meus seios,
Imagino-os maiores,
Mais pequenos,
Mais arredondados,
Mais firmes,
Menos firmes,
Mais bonitos,
Mais feios,
Aceito os meus seios tal como são!
Escondo-me!
Respondo ás pessoas e ganho.
Tenho fantasias em que a estrela sou eu,
Grito comigo própria, perdoo-me,
Ensaio aquilo que irei dizer amanhã,
Aumento o volume do rádio para não ouvir nada,
Abro a torneira da água para não ouvir o rádio,
Perco-me, Imagino-me numa ilha deserta,
Mas com outras pessoas muito atraentes,
Rezo, procuro os meus defeitos,
Aceito esses defeitos, e procuro outros!
Faço caretas ao espelho,
Vejo como é que fico com ar de sedutora,
De amuada, de zangada,
De surpreendida, de chocada,
De impressionada, absorta.
Tiro os anéis, olho para mim nua.
Olho para mim e gosto do que vejo!

domingo, 29 de abril de 2007

OBRIGADO...


Perante ti,
Baixo as armas,
Deixo cair por terra esta carapaça e este escudo
Que me envolvem desde sempre,
Sei que me respeitas, como eu a ti…
Sei que morrerias por mim,
Como eu morreria por ti…
Que me darias o que tens,
E o que não tens…
Porque me amas como se fosse do teu sangue…
Ouves me quando mais ninguém tem paciência pra mim,
E tens sempre a palavra certa, na ponta da língua,
Lamento os momentos em que não estive contigo,
E sei que precisaste de mim…
Lamento estar tão perto
E por vezes demonstrar me tão longe…
Lamento tanta coisa…
Só não lamento o dia em que te conheci,
E te acarinhei como se fizesses parte de mim
Porque gostei de ti,
Desde o primeiro momento
Em que te chegaste à frente e me defendeste
Como se me conhecesses a vida inteira,,,
E devo te muito,
Devo te o respeito por mim própria
E a mentalidade que hoje tenho,
Devo te tanto…!
Que tudo o que fizer pra te retribuir ,
Parecerá sempre pouco…

Dedicado a alguém que gosto e defendo como se me defendesse a mim própria, porque sei que ele faria o mesmo por mim, e a apesar de não ser da minha família tenho lhe um amor incondicional e só tenho um nome pra lhe dar… MANO!!

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Amo-te???


Amas-me?
Eis a eterna questão,
A que nunca saberei responder...
Não sei o que é amar...
Sei que gosto de alguém,
Mas não posso afirmar
Que amo esse alguém!
Devido á fugacidade dos meus sentimentos.
Se te amo?
Não sei responder, mas sei,
Que sinto a tua falta,
Quando não estás por perto...
Sei que quando choras,
Choro contigo...
Quando ris,
Sinto-me feliz...
Sei que quando me abraças,
sinto-me protegida de todas as ameaças
Deste mundo cruel...
Quando me beijas,
Tudo o resto deixa de existir...
Mas se te amo?
Não sei!
Sei que me causas dependência,
Que me fazes gritar e chorar compulsivamente,
Se algo entre nós corre mal...
Não sei se te amo!
Mas tenho a certeza que te quero ao meu lado,
Que me fazes falta...
Mas sinceramente...
Não sei se te amo!

Paixão inconsequente....


Parecemos duas crianças,
Que ora se detestam, ora se amam...
A diferença da nossa afectividade
Com a das crianças, é a falta de inocência,
Que o nosso envolvimento sempre teve.
Cada vez que nos amamos, tocamos,
Beijamos, fazê-mo-lo com a paixão da primeira vez,
E a intensidade de uma última vez.
Mas nunca chega a ser a última vez!
Apesar das despedidas, das promessas,
De que não voltará a acontecer...
E a história repete-se,
Os momentos passados voltam a viver,
Assim como os sentimentos,
Que eu anteriormente escondera por debaixo da amizade.
E então partes novamente,
Deixando comigo a mágoa de não te ter plenamente...
Mas fico contente, pelo facto
De simplesmente te ter tido,
E a esperança de te voltar a ter.
Já me habituei a estas idas e vindas!
Já me habituei a ter-te apenas enquanto o nosso desejo mútuo dura.
Depois?
Depois somos amigos,
Como sempre fomos...
Estranha esta amizade,
Repleta de desejos carnais,
Consumados aquando a vontade assim quer!
E nada consigo fazer para me controlar diante de ti,
É mais forte do que eu!
Aconteceu!
E ainda acontece por vezes!
Magoa!
Mas contentam-me aqueles breves momentos,
Em que o teu corpo nu e o meu,
Se unem numa dança compassada,
Como se de um só se tratassem...
Mil e uma vezes chorei por ti,
Mas de que adianta?
Não são as lágrimas que te farão amar-me!
E quanto a estas lágrimas, não quero que as vejas,
Não quero compaixão!
Não quero que estejas comigo por piedade!
Não me importo de te partilhar,
Não me importo de saber,
Como soube tantas vezes...
Que esses lábios, que tantas vezes me beijavam,
Também beijavam outras...
Não tenho ressentimento, por ser conhecedora,
De que essas mãos que me acariciavam,
E tantas vezes me davam prazer,
Também pertenciam a outras...
Nada disso em mim fez diferença,
Nunca!
Pra mim basta pensar,
Que nos braços delas, ficavas uma, duas vezes...
E nos meus??
Perdi-lhes as contas das vezes em que as palavras eram superfulas,
E não dizíamos nada, beijávamos-nos, e entregávamos-nos ao prazer...
E por vezes... Continua a ser assim.
Um amante amigo...
Com o qual sonho,
Com o qual os meus sonhos foram realidade
Com o qual a realidade e os sentimentos passarem a ser ilusão...
E de tudo o que nos resta,
É esta amizade , e este carinho mútuo,
Esta entrega constante, ao prazer
De nos deixarmos cair nos braços da tentação...
Sem ressentimentos, ou arrependimentos que nos torna tão unidos...

Fogueira de sentimentos...


Estar diariamente na corda bamba,
Ter um pé no penhasco e outro no abismo,

Lidar com esta incerteza de sentimentos certos,

Ser quem não sou, por um capricho,

Uma vontade tua, e no fim?

Com o que fiquei?

Nada!!

Apenas com tentativas de compreensão

De algo que se tornara incompreensível,

A nossa relação,

O nosso amor desprezista e imaturo,

Que se deixou abalar,
Pela corrente de ar dos nossos corações vazios e frios.

Não era amor,
Não era carinho,
Há muito que deixara de ser...
Era necessidade...

Nada mais que isso...

E talvez conformismo perante a rotina.

Não sei porque morreu tudo!

A fogueira de chamas altas, apagou-se!
Mas uma coisa é certa...

As chamas altas são mais fáceis de extinguir...

As brasas, permanecem intemporalmente acesas,
Com o perigo eminente de um reacendimento.

Hoje, já não sinto a tua falta,

Como senti naquela altura,
Já não sou a terra seca, implorando por chuva...

Sou a terra que aprendeu a viver com a aridez,

Que se conformou com o sol quente

E a falta de água consecutiva...

Comecei a acreditar na irreversibilidade das coisas reversíveis,
Para não me iludir,
Para não me magoar mais...
Sei que não voltarás,
Mas isso deixa-me tranquila,

Por saber que a paixão efémera de outrora,

Jamais visitará o meu coração,
Para deixar as suas marcas dolorosas.

Assim digo-te adeus!
Na esperança que permaneças bem longe

Deste meu coração de palha...

Que ao mínimo de faísca se incendeia...

Maldito sejas...


Já lá vai o tempo
Em que eu era feliz...

Já lá vai o tempo,
Em que sorria sem motivos...
Já lá vai o tempo...
Tempo...
Maldito tempo,
Que roubou, que apagou,

Que levou para longe os meus dias felizes....

AH! Dias felizes!
Para onde foram?

Há quanto tempo foram?
Há tempo demasiado...
Um tempo apagado da minha memória...

Porque comecei a sentir,
Comecei a pensar...

AH! Tempo!
Que não voltas atrás.

Tempo impiedoso, que me magoas...
Devolve-me os dias felizes,

Devolve-me a minha inocência perdida,
Quero a candura de outrora,

Pousa-me um sorriso sobre os lábios.
O sorriso que tu conheceste, que tu amaste,

E que com o passar, o guardaste só pra ti.
Tempo! Tempo... Maldito tempo!

Egoísta como sempre...

Impiedoso pra quem sente,
E quer deixar de sentir...

quinta-feira, 12 de abril de 2007

...Amor...


Há amor amigo, amor rebelde,
Amor antigo, amor de pele.
Há amor tão longe, e amor distante,
Amor de olhos, amor de amante.
Há amor de Inverno, amor de Verão,
Amor que rouba como um ladrão.
Há amor passageiro, amor não amado,
Amor que aparece, amor descartado.
Há amor despido, amor ausente,
Amor de corpo e sangue, bem quente.
Há amor adulto, amor pensado,
Amor sem assunto, mas nunca, nunca tocado.
Há amor secreto, que chega intenso,
Amor tão próximo, amor de incenso.
Há amor que mata,
Há amor que mente,
Há amor que nada, mas nada,
Te faz contente, me faz contente.
Há amor tão fraco, amor não assumido.
Amor de quarto, que faz sentido.
Há amor eterno, sem nunca talvez,
Amor tão certo, que acabe de vez.
Há amor de certezas, que não trará dor,
Amor que afinal é amor, sem amor.
O amor é tudo, tudo isto,
E nada disto, pra tanta gente,
É acabar um amor igual, e começar,
Um amor diferente,
Sempre e para sempre...

a

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Moreno... abre os olhos...


Moreno dos olhos verdes,
Diz-me, porque me olhas?
Porque te escondes por detrás
De um manto de mistério?
Moreno, moreno!
Que tão só estás,
Diz-me,
Onde passas as tuas noites,
E onde fechas esses olhos para descansar?
Moreno dos olhos que me olham,
Que me seguem...
Quem és tu?
Onde vives as tuas ilusões?
Onde sonhas os teus sonhos?
Ou deixaste de sonhar quando os teus olhos se abriram?
Moreno do sorriso tímido,
Porque ris, se não tens motivos pra isso?
Porque sonhas, se o sonho é ilusão e a ilusão não se vive?
E a vida não se pode sonhar...
Moreno dos olhos verdes que me olham...
Deixa de me olhar,
Deixa de sonhar,
Deixa de te iludires,
E por favor,
Vive a vida!
Porque esses olhos verdes não se podem fechar!

segunda-feira, 19 de março de 2007

Fumar a vida


Calmamente...
Muito calmamente,
Acendo um cigarro,
Inalo o fumo,
Como se inalasse a solução de todos os meu problemas,
E sinto-o percorrer me o corpo...
Acalma me, relaxa-me, mata-me...
Pouso o cigarro
Neste cinzeiro improvisado,
Por uma folha escrita,
Um poema de dor...
Que vejo misturar-se com a cinza da minha satisfação...
Olho-o queimar,
Sinto-o arder em mim,
Como se a minha vida ardesse no mesmo compasso...
Irrito-me!
Por estar a fumar novamente,
Por concordar com o suicídio acesso por um isqueiro...
Pego no cigarro, quero apagá-lo...
Mas levo-o novamente à boca,
Inconscientemente,
E inalo com satisfação o seu fumo...
Abre-se-me um sorriso nos lábios
Como se acabasse de provar o pecado original.
Quero fumar cigarro atrás de cigarro!
Fumar a minha vida, lentamente,
Ao embalo do prazer esfumaçado.
Mas continuo na dúvida,
Os problemas não se afastam,
Mas não me preocupo,
Tenho um maço cheio,
E tempo... para os fumar a todos!
Quem fuma?
Serei eu a fumar o cigarro?
Ou será ele a fumar-me a mim?
A sugar-me com calma a vida, a beleza, a vitalidade.
Não me importo...
As minhas cinzas,
misturar-se-ão com as destes cigarros,
Que eu fumei até ao fim.
Que me deram prazer,
E me acompanharam toda a vida,
Neste paciente suicídio assistido...

domingo, 18 de março de 2007

Toca pra mim


Levanta o som,
Por favor levanta o som,
Não me quero ouvir pensar...

Não me quero ouvir chorar...

Quero ouvir a guitarra que toca,
A guitarra triste que me acompanha...

Que me percebe a dor...

A guitarra que chora comigo

Que grita no mesmo compasso que o meu...
Quero ficar aqui caída...

Onde me encontraram,

A ouvir a guitarra que me consola e compreende...

Quero fugir, como as notas, fogem pra longe...

Gritar, de raiva, de amor, que já não existe,

De amor que nunca existiu,

De amor que me mata...

Não me quero ouvir...

Só quero ouvir esta guitarra que chora ao longe...

Que tocas as notas soltas de um amor corrompido,

Quero deixar de existir,

Deixar de pensar...
Deixar de sofrer... deixar de viver..
Deitar me, dormir, profundamente...
E acordar outra pessoa

Bem longe daqui, bem longe da mágoa e do rancor...
Longe das guitarras que choram o meu sofrimento...

Longe dos amores que que tudo prometem e nada dão...

Longe de mim...
Mas enquanto não adormeço,

Levanta o som,

Toca mais uma vez esse choro compassado,

Levanta o som por favor...

E deixa me chorar com esta guitarra que me consola...

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Caixa de pandora...


Guardo no mais fundo de mim,
Uma caixinha, fechada a sete chaves,
Quem a abre??
Apenas eu...
Quem sabe o que lá há??
Apenas eu...
Não deixo nada nem ninguém se aproximar,
A caixinha pertence-me
E eu, pertenço á caixinha...
Não quero que saibam que a guardo...
Não quero que saibam que a escondo...
Esporadicamente,
De tempos a tempos,
Vou, pé ante pé, com todo o cuidado,
E destranco a caixinha...
Esta caixinha contém o meu passado.
Contém aquilo que fui,
Os amores perdidos, os amores enterrados...
Os amores falhados,
A caixinha contém me a mim...
E quando a abro solto tudo,
Revejo o passado, os momentos...
Os momentos felizes, os momentos tristes...
Quando abro a caixinha choro, rio, lamento me...
Mas depois volto a fechá-la...
Tranco calmamente a caixinha...
Esqueço o que relembrei...
O que passou, passou...
O que importa realmente...
É aquilo que sou,
É aquilo que está fora da caixinha...
Eu... simplesmente eu....

Mendigar o amor...


Há dias que não durmo,
Há semanas que não descanso,
Vivo sem sossego,
Vivo inquietada,
Vivo sem saber que fazer
Sem saber para onde ir
NAO!!
Por acaso até sei para onde ir,
Mas lá, não há lugar para mim.
Não há um canto, onde me possa aninhar,
Onde possa sossegar, não há!
E eu continuo,
A minha existência deserta
O meu desespero sem esperanca,
Continuo a minha caminhada
Sem alguma vez sair daqui.
Sinto-me paralisada,
Por saber que não sou aceite,
Por saber que não me posso dirigir
Para onde eu quero ir.
Não fiz mal a ninguem,
Nunca me neguei...
ENTÃO?...
Porque não sou aceite?
Estou farta de gritar,
De barafustar,
Quando eu só quero um lugar para me encostar,
E descansar!
Sem pensar no frio,
Na mágoa que já senti,
No vazio de estar sozinha.
Se eu conseguir esse espaço,
Juro q esqueço,
Tudo o que passei, tudo o q chorei ,
Nao guardo ressentimento,
Eu só quero descanso,
Só quero a paz,
Só quero um abraço.
Quero o meu Lugar.
E esse lugar, é, e será onde me recusam.
E batalharei ate estar segura,
Ate ser aceite.
E me estenderem o braços.
Só nesse momento poderei dormir,
Poderei descansar,
Terei enfim, sossego...
Terei para onde ir...
E é nos teus bracos q eu quero estar...

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Quanto tempo o tempo tem???


Nunca corri para nada,
Não sei porquê,
Nunca senti pressa,
Apercebo-me disso agora
Ao percorrer as ruas da minha cidade.
Noto, que todos à minha volta correm,
Correm incansavelmente,
Por mil e um motivos...
Como já disse...
Não tenho pressa!
Não é por eu ser mais rápido que o relógio
Vai ter piedade de mim, e abrandar,
Ou até mesmo parar a sua contagem que a cada
Segundo se aproxima do fim.
Será por isso que esta gente corre?
Por pensar que pode adiar o inadiável?
Talvez, não sei!
E a correria continua,
Dia e noite, incansavelmente,
No que quer que façam.
Parece que os seus corpos,
Apenas conhecem aquele ritmo.
O pequeno almoço, é tomado a correr,
O trabalho é feito à pressa,
E até um beijo que devia de ser lento e duradouro,
É dado com uma rapidez impressionante.
Não! Recuso-me!
Jamais correrei para o que quer que seja.
Eu quero tempo!
Preciso de tempo!
Tempo para mim, tempo para reflectir,
Tempo para apreciar o que me rodeia.
Tempo, simplesmente, pelo prazer de ter tempo...
Pelo prazer de o poder gastar...
Olho em meu redor,
Olho esta sociedade atarefada,
Que nunca tem tempo,
Ou que diz que o tempo é curto...
Sou diferente!
Na maneira de pensar e agir...
Sou capaz de parar diante de uma árvore,
Unicamente, para a ouvir crescer...
E isso faz-me feliz, faz-me sentir,
Faz-me viver...
Faz com que eu veja que ainda não me perdi
Neste mundo onde os relógios governam...
Assim sou eu... Sem pressas...
A olhar esta multidão que se desloca,
Toda no mesmo sentido,
Não sei para onde...
Só sei que não é para onde eu vou...!

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Medo de ter medo...


Porquê? Porquê?
Este medo assombra-me,
Não sei do que tenho medo,
Mas ele está lá,
Persegue-me ,
Impede-me de mover,
De dar um passo que não seja em falso.

Sou cobarde,

Escondo-me,

Sempre me escondi!

Do quê?

De tudo, de nada, de mim!

Não me quero sentir,

Mas não quero piedade!

Não quero que me olhem!
Tenho medo quando me olham.

Eu quero ser eu,

Seja quem eu for...

Não sou digno de erguer a cabeça,

De me revoltar,
Mas eu não me quero revoltar...

Porquê?

Porque tenho medo.

Medo de ouvir os risos,
De ser alvo de chacota,

Como tantas vezes fui.

Não me importo de o ser,

A sociedade assim me moldou.
Por não ser ninguém,

Por ser insignificante.

DEIXEM-ME!

Eu não quero atenção!
Eu não a mereço...

Larguem-me onde me encontraram,

E abandonem-me á minha cobardia,

E ao meu medo,

Quero ser devorado por eles...

Partam!!

Por favor, Partam...

Mas não me olhem...