terça-feira, 3 de junho de 2008

Sonhar a vida




Porque hoje fecho os olhos,

E sonho a minha vida,
Aquela que nunca tive,

Aquela que nunca terei,

Mas que não deixa de ser minha...

Uma vida inconsciente e feliz,

Uma vida sem mim,

Uma vida sem existência,
Mas com vontades,
Onde sei quem sou,
porque não existo...

Onde só os outros existem,

Porque são a minha vida...

Hoje sonho a minha vida,

Porque não quero vivê la...

Quero preservá la

Assim, como está,

Acordar amanhã e ainda ser hoje.

Porque hoje sonho a minha vida...

4 comentários:

FATifer disse...

… li… reli…

Sinto uma certa angústia de viver neste teu texto… e… como em outros, identifico-me em parte com o que dizes.

O que sinto pode nem ter nada a ver com o que sentistes quando escreveste mas penso que te entendo ou será que apenas entendo o que eu penso que queres dizer, que será aquilo que reconheço do que dizes? Não sei se conseguiremos saber pelo que apenas poderei dizer que, mais uma vez, gostei deste teu texto!

FATifer

crazy_girl disse...

Fatifer:

Não sei o que sentes ao ler, nem nunca o poderei saber, pois os sentimentos são algo de tão pessoal que se tornam difíceis de partilhar tal e qual como os sentimos...
Mas já escreveu o Pessoa, em "Autopsicografia" e explica bem esse problema que aqui me colocas:

"O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração."

Não que me esteja a chamar poeta, mas a segunda quadra responde á tua pergunta?

Bjokas ;)

FATifer disse...

“Não sei o que sentes ao ler, nem nunca o poderei saber, pois os sentimentos são algo de tão pessoal que se tornam difíceis de partilhar tal e qual como os sentimos...”

Foi por concordar com o que dizes que deixei as interrogações que deixei, algo retóricas por sinal…

Sorri ao ver que foste buscar esse poema pois também pensei nele quando escrevia o comentário que te deixei… sim o mestre responde mas não será que deixa outra interrogação no ar? (sim esta pergunta é mesmo retórica, não precisas de responder :P)

Quanto a seres ou não poeta, fica-te bem a modéstia mas eu já afirmei que o eras, pelo menos para mim! … muito menos poeta sou eu e já te “arranquei” elogios, que muito bem me souberam ler ;)

Beijinho,
FATifer

Anónimo disse...

ola..., adorei seu blog.. obrigado muito.
Bjos