segunda-feira, 16 de abril de 2007

Fogueira de sentimentos...


Estar diariamente na corda bamba,
Ter um pé no penhasco e outro no abismo,

Lidar com esta incerteza de sentimentos certos,

Ser quem não sou, por um capricho,

Uma vontade tua, e no fim?

Com o que fiquei?

Nada!!

Apenas com tentativas de compreensão

De algo que se tornara incompreensível,

A nossa relação,

O nosso amor desprezista e imaturo,

Que se deixou abalar,
Pela corrente de ar dos nossos corações vazios e frios.

Não era amor,
Não era carinho,
Há muito que deixara de ser...
Era necessidade...

Nada mais que isso...

E talvez conformismo perante a rotina.

Não sei porque morreu tudo!

A fogueira de chamas altas, apagou-se!
Mas uma coisa é certa...

As chamas altas são mais fáceis de extinguir...

As brasas, permanecem intemporalmente acesas,
Com o perigo eminente de um reacendimento.

Hoje, já não sinto a tua falta,

Como senti naquela altura,
Já não sou a terra seca, implorando por chuva...

Sou a terra que aprendeu a viver com a aridez,

Que se conformou com o sol quente

E a falta de água consecutiva...

Comecei a acreditar na irreversibilidade das coisas reversíveis,
Para não me iludir,
Para não me magoar mais...
Sei que não voltarás,
Mas isso deixa-me tranquila,

Por saber que a paixão efémera de outrora,

Jamais visitará o meu coração,
Para deixar as suas marcas dolorosas.

Assim digo-te adeus!
Na esperança que permaneças bem longe

Deste meu coração de palha...

Que ao mínimo de faísca se incendeia...

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