segunda-feira, 16 de abril de 2007

Paixão inconsequente....


Parecemos duas crianças,
Que ora se detestam, ora se amam...
A diferença da nossa afectividade
Com a das crianças, é a falta de inocência,
Que o nosso envolvimento sempre teve.
Cada vez que nos amamos, tocamos,
Beijamos, fazê-mo-lo com a paixão da primeira vez,
E a intensidade de uma última vez.
Mas nunca chega a ser a última vez!
Apesar das despedidas, das promessas,
De que não voltará a acontecer...
E a história repete-se,
Os momentos passados voltam a viver,
Assim como os sentimentos,
Que eu anteriormente escondera por debaixo da amizade.
E então partes novamente,
Deixando comigo a mágoa de não te ter plenamente...
Mas fico contente, pelo facto
De simplesmente te ter tido,
E a esperança de te voltar a ter.
Já me habituei a estas idas e vindas!
Já me habituei a ter-te apenas enquanto o nosso desejo mútuo dura.
Depois?
Depois somos amigos,
Como sempre fomos...
Estranha esta amizade,
Repleta de desejos carnais,
Consumados aquando a vontade assim quer!
E nada consigo fazer para me controlar diante de ti,
É mais forte do que eu!
Aconteceu!
E ainda acontece por vezes!
Magoa!
Mas contentam-me aqueles breves momentos,
Em que o teu corpo nu e o meu,
Se unem numa dança compassada,
Como se de um só se tratassem...
Mil e uma vezes chorei por ti,
Mas de que adianta?
Não são as lágrimas que te farão amar-me!
E quanto a estas lágrimas, não quero que as vejas,
Não quero compaixão!
Não quero que estejas comigo por piedade!
Não me importo de te partilhar,
Não me importo de saber,
Como soube tantas vezes...
Que esses lábios, que tantas vezes me beijavam,
Também beijavam outras...
Não tenho ressentimento, por ser conhecedora,
De que essas mãos que me acariciavam,
E tantas vezes me davam prazer,
Também pertenciam a outras...
Nada disso em mim fez diferença,
Nunca!
Pra mim basta pensar,
Que nos braços delas, ficavas uma, duas vezes...
E nos meus??
Perdi-lhes as contas das vezes em que as palavras eram superfulas,
E não dizíamos nada, beijávamos-nos, e entregávamos-nos ao prazer...
E por vezes... Continua a ser assim.
Um amante amigo...
Com o qual sonho,
Com o qual os meus sonhos foram realidade
Com o qual a realidade e os sentimentos passarem a ser ilusão...
E de tudo o que nos resta,
É esta amizade , e este carinho mútuo,
Esta entrega constante, ao prazer
De nos deixarmos cair nos braços da tentação...
Sem ressentimentos, ou arrependimentos que nos torna tão unidos...

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