domingo, 13 de abril de 2008

Hoje! Domingo?

Hoje vou sair...
Vou procurar me nas ruas...
Vou encontrar me no tédio das coisas.
Caminhar sem destino,
até ter perdido o rumo...
Vou contar o tempo nos ponteiros do relógio.
Esperar que chegue pra me visitar,
Quem já não posso esperar...
Quem já não me visita!
E afundar me na poltrona,
Fumando cigarro atrás de cigarro,
Sem expectativas,
Sem vontades...
Apatia, simples apatia...
Preguiça de ser...
Preguiça pensar...
Vontade de aqui ficar...
Hoje vou fazer tudo isto,
Porque não me apetece fazer nada.

7 comentários:

crazy_girl disse...

Fatifer:
Depois do teu comentário escrevi este poema, pq odeio os domingos... Não todos, mas aqueles em que não tenho nada de interessante pra fazer.

"decidi ler-te de um só folgo, comecei no primeiro e vim até aqui"
E nessa viagem, encontraste algo em particular que te fascinasse ou tocasse??

"Mas depois ao ler “pela primeira vez” identificas-te, certo?"

Identifico me, claro... Mas fica em mim uma estranha sensação de vazio e plenitude. ;)

Bjokas ;)

Espero que gostes deste "Hoje! Domingo?"

Jack Blake Love disse...

Depois do teu comentário ontem não pude de deixar de dar uma vista de olhas no teu blog, porque sinceramente as tuas frases deixaram-me uma excelente impressão. Depois de ler alguns dos teus poemas posso te dizer que fiquei abismado. São locais como o teu que dão o valor à blogoesfera. Fiquei bastante feliz ao ler alguns dos teus poemas, pois me identifico com muitos deles. Consegues pôr em palavras e versos, aquilo que eu por vezes só consigo reter na minha mente ou muito arcaicamente escrever no meu local.
Sem querer alongar-me mais, e com muito respeito me despeço dizendo, que ganhaste um novo adepto.

Anónimo disse...

Cara Crazy Girl,

Vejo que sabes do que falo quando me refiro à angústia existencial de Domingo…

“…pq odeio os domingos... Não todos, mas aqueles em que não tenho nada de interessante pra fazer.”

Eu não diria que odeio o Domingo… mas será como dizes no teu poema e está patente no poema que referi, quem lê acaba por sentir aquilo que eu chamo “angústia existencial de Domingo”… por aqui já deves ter percebido que gostei do teu texto sim (fica-te bem ainda achares que poderias escrever algo que não me agrade mas ainda não foi desta ;) …)

“Identifico me, claro... Mas fica em mim uma estranha sensação de vazio e plenitude. ;)”

Como vês pelo comentário de “Jack blake love” não sou o único a dizer-te que consegues moldar as palavras dizendo aquilo que outros só conseguem sentir/pensar… e digo-te que sinto essa “estranha sensação de vazio e plenitude” de quando em vez por isso sei exactamente ao que te estás a referir…

“"decidi ler-te de um só folgo, comecei no primeiro e vim até aqui"
E nessa viagem, encontraste algo em particular que te fascinasse ou tocasse??”

Recordo-te o que disse:
“…senti-te em alguns senti-me/revi-me noutros… acho que ainda estou a saborear, da mesma forma que a acontece com um bom vinho em que o sabor perdura para além do momento da ingestão…”

Todos me tocaram de uma forma ou de outra mas teria de me alongar demasiado se fosse comentar tudo o que a “tua obra”, como lhe chamas, me transmitiu… (poderei fazê-lo, se assim o desejares, mas terás de me dar tempo para o fazer e talvez fique um comentário demasiado extenso, se quiseres dou-te o meu e-mail…) mas voltando ao que disse, “senti-te” pois considero que alguns são como tu a desabafares (contigo própria, quem sabe), outros há com os quais muitos de nós, que te lemos, nos identificamos, cada um à sua maneira… haveria alguns (um bom exemplo seria o “caixa de pandora”) em que teria de entrar na minha esfera privada para te dizer o que senti (e isso desculpa mas não faço para o público em geral, mesmo que a coberto desta capa de anonimato. Há coisas que são só nossas e que pessoas como eu só partilham com poucos, se com alguém… por isso admiro-te por partilhares).

Para não te desapontar, por não ter comentado nenhum em particular (como disse comentaria todos mas tenho de dormir) digo-te que o “fumar a vida” foi para mim uma surpresa pois, nunca tendo fumado e não fazendo tenções de o fazer, consegui através deste teu texto apreender o que será o prazer de fumar, para quem o tem… por aí vês a força do teu texto pois acredito que não haverá fumador que não se reveja nele!

Como já te disse não elogio qualquer um e digo-te que sou normalmente bem comedido nos adjectivos que emprego pelo que, o facto de ter recorrido ao “sublime” para caracterizar o teu poema anterior é algo de significativo. Disse e repito que as tuas palavras me tocam, que tenho prazer em ler-te por isso tento retribuir com os meus comentários…

If you are crazy for writing the way you do I must be insane for loving it!
FATifer

crazy_girl disse...

Jack blake love:

"São locais como o teu que dão o valor à blogoesfera"

Com um comentário destes quem fica abismada sou eu! Muito Obrigada!!! :)))

"ou muito arcaica mente escrever no meu local."

Muito arcaica mente?? lol o teu post que eu comentei estava excelente, faltava talvez apenas um pouco e conhecimento de causa mais aprofundado (lol).... Mas pergunto me, como um aluno de engenharia sabe e defende tanto as artes?? É que eu da minha parte nada entendo de engenharia... :z
Além de que reparei no teu perfil que tens umas excelentes escolhas cinematográficas, e musicais... ;)

Sê Bem Vindo e espero que voltes...

crazy_girl disse...

Fatifer:

Bem... Quase que não tenho palavras pra te responder...
Se sentes a minhas palavras, eu digo te que senti bastante, as que escreveste no teu último comentário.
Ainda estou atordoada... lol

Não, vale a pena comentares tudo... :) apenas quis saber por curiosidade, para ir descobrindo te...

"por isso admiro-te por partilhares" Sabes que nem metade daquilo que sou e que tenho em mim consigo partilhar... por falta de palavras, e outras vezes por vergonha... Não que seja tímida...!

"Fumar a vida" é aquele em que mais me revejo, em que mais me sinto, que foi escrito de um só fôlego, sem emendar ou voltar atrás, enquanto o cigarro me fumava.

Mas adoro-os a todos, fazem me lembrar momentos, bons, muito bons, maus, péssimos etc...

Mas um muito obrigado por essas palavras, que vêem dar força aquilo que escrevo, e àquilo que me faz escrever...

For me, insanity is super sanity. The normal is psychotic. Normal means lack of imagination, lack of creativity. So what do you want to be??

Bjokas ;)

Jack Blake Love disse...

crazy_girl:
Nem sempre temos a possibilidade de seguir todos os nossos sonhos. Eu tinha dois, ligeiramente antagónicos.Desejava a maravilha técnica, o futurismo e precisão da engenharia electrónica; e a expressão artística e imaginativa do cinema. Por razões sociais e financeiras, estudar engenharia era no fundo o único caminho que poderia tomar. As artes deixaram de ser uma possível saída de vida para serem uma paixão, que exige de mim muita vontade para a poder alimentar. Por isso me esforço para disfrutar e compreender as "artes das massas" (música, literatura, cinema...) sendo que são de mais fácil assimilação de conteúdo (por vezes). Por estas razões e mais algumas respeito e encorajo toda a gente que tem a possibilidade de viver o outro meu sonho. Sempre com a esperança que saiam coisas maravilhosas das mentes dos artistas para posteriormente poder disfrutar e aprender um pouco mais sobre a vida (pq é disso que as artes deviam falar).
Sei que ao dizer isto, estou para aqui a falar da minha vida, que no fundo nada te diz respeito, mas é uma história engraçada e quero respeitar a tua frase no final da tua página, pois parece-me algo de muito justificado:
"Quem vier, que venha por bem... deixo aqui um pouco de mim neste blog, por isso espero que cada visitante deixe também um pouco de si..."
Bastante entusiasmado com este início de diálogo me despeço.
Fica bem, e continua a escrever que continuarei a ler.;)

crazy_girl disse...

jack bkake love:

A arte faz me respirar, faz me ver o mundo com os olhos de uma criança que vê todas as coisas pela primeira vez...
Se sentes o impulso artístico, aproveita-o, cria algo nem que seja pra te satisfazeres a ti próprio.
Grande maioria dos artistas não tem qualquer tipo de formação nesta área mas isso não os impede.
Uma coisa é certa, para se quebrar as regras, tem de se conhecer as regras... Experimenta, nada te diz que não serás o próximo Klimt.
E experimenta conhecer a vida e obra de uma grande artista do século passado, e dos dias de hoje. Feminista mas genial e apaixonante, Barbara Kruger.

E obrigado por esse bocadinho de ti.

Bjokas ;)